quarta-feira, 31 de março de 2010

POESIAS SOBRE A PAZ

A paz e as diferentes linguagens

POEMAS

PAZ
A paz é como
Aquele suspiro,
Leve e inocente,
Que a gente
Dá durante o sono.

Tem a leveza
De uma folha
De outono.
E a delicadeza
De uma bolha de sabão.

É a gostosa
Sensação
De quem
Termina a lição.
Ou encontra
Um bichinho
Perdido.
Ou visita
Um amigo
Querido.

Paz é
Andar
Descalço,
Onde tudo
É verdadeiro
E nada é
falso.
Onde tem paz,
Não tem criança
Pedindo esmola
Na rua.
Não tem poluição
Escondendo
A lua.

Paz é
Futebol sem briga.
Pic-nic
Sem formiga.
Cidade
Sem ladrão.
Não ter medo
De injeção.
Vampiro
Sem dente.
O tristonho,
Contente.
Paz é
Colo de mãe
E abraço
De pai.

Outro dia,
Quietinho
num canto,
Olha só
O que eu
pensei:
A paz é
Tão boa,
Mas
Tão boa,
Que devia
Ser lei.

Lalau, O Estado de São Paulo, Estadinho



Afinal,
O que é a paz?
Paz não é apenas a ausência de guerra entre os países.

Paz é garantir que todas as pessoas tenham
moradia, comida, roupa, educação, saúde, amor
compreensão, ou seja, boa qualidade de vida.

Paz é cuidar do ambiente em que vivemos,
garantir a boa qualidade de água, o saneamento
básico, a despoluição do ar, o bom aproveitamento

da terra.

Paz é buscar a serenidade dentro da gente para
viver com alegria os bons momentos, ter força e
boas idéias para enfrentar os problemas e
resolver as dificuldades. Isso tudo sem precisar
fugir.

Acima de tudo, PAZ é criar um clima de harmonia
e bem-estar na família e na comunidade,
lembrando-se sempre de que onde há amor, há
paz; onde há paz, há Deus; onde há Deus, nada
falta!

Pastoral da Criança
A paz começa em casa



"A Paz e a Lua"
"Eu quero a Paz, a grande Paz
da Lua sozinha no céu.
A paz sem a menor lembrança,
a paz de quem nunca viveu.

A Paz que reina nos domínios
onde não há musgos nem germes.
E não há sulcos nos caminhos.
E há seiva debaixo da neve

A Paz sem devaneios, dentro
dos seus nítidod horizontes.
A Paz dos cristais no silêncio
sem nenhuma idéia de som.

A Paz que precedeu as sombras,
a que antes das tréguas nasceu.
A que nos tempos não se encontra,
a que foi desejo de Deus.

Eu quero a Paz com perfeição
de flor e orvalho, eu quero a Paz
ao alcance das nossas mãos,
com a substância e as cores do nácar.

Porém eu quero a Paz acima
de qualquer sopro humano- ou mácula.
Com delicadezas de vime
guardada de todo contato.

Assim como a Lua sem noite
e sem espaço, de tão leve,
miragem que se desvanece
em frente ao anjo anunciador.

A Lua sem anjo ou demônio,
alheia aos mares que descobre
no caminho da solidão
para lá da vida e da morte.
Eu quero a lua toda pura,
a lua sem vendas nos olhos.
Enquanto a Terra em febre estua,
a Lua completa- e não cora.

Eu quero a Paz, eu quero a Lua."
( Lisboa, Henrique. "Lírica")


"GUERRA e PAZ"
"Prólogo"
Vós outros tendes sorte.
A vergonha não cai sobre os mortos.
Julgais
que o mais puro dos líquidos lava
O pecado da alma que se evola.

Tendes sorte.
Mas eu
como levarei meu amor à vida
através das fileiras,
através do estrondo?
Apenas um passo falso
e a migalha do último e pequenino amor
rolará para sempre num torvelinho de fumo.

Aqueles que regressam
que lhes importa
vossas tristezas?
Que falta lhes faz
a franja de alguns versos?
Basta-lhes um par de muletas
com que renguear pelo resto da vida.
Tens medo?
Covarde!
Te matarão!

E tu,
tu poderias viver escravo
cinquenta anos mais.
Mentira!
Sei
que na lava do ataque
serei o primeiro
em audácia,
em valor.

Ah! Que bravo recusaria atender
ao toque de rebate do futuro?
Mas na terra
hoje
sou o único arauto das verdades em marcha!

Hoje estou exultante!
Sem desperdiçar nem uma gota, despejei minh'alma até o fim.
Minha voz,
a única humana,
entre lamentos e gemidos
ergue-se a luz do dia.

Depois
atai-me a um poste,
fuzilai-me!
Por causa disso
haverei de mudar?
Na fronte
desenharei um alvo
para que nítido se destaque
quando apontem."

( Maiakoviski. "Antologia")


"Hiroshima"
" O povo ainda tem na memória a explosão da bomba e seus inesquecíveis
e dolorosos efeitos. Há ainda nas fisionomias o pavor que se apoderou de todos
no fatídico 27 de agosto de 1945. No local onde se formou o cogumelo destruidor
há uma espécie de museu onde se lê a inscrição:
JAMAIS A HUMANIDADE DEVE SOFRER O QUE ATINGIU ESTA CIDADE. ( O Globo, 28/09/ 59)"

Ninguém se lembrou de plantar
uma rosa entre as estrelas...

Hiroshima ficou apenas
espantosamente delineada
na tatuagem que pedras
e
vulcões
imprimiram uma espécie de monstros nunca vistos!
Dança Hiroshima
a dança sem horas
a dança das cinzas.
Canta Hiroshima
sem pássaros, flores
sem mesmo um gemido
que tempo nem houve...
Nas mãos do poeta
sacode Hiroshima
silêncio em teus versos
silêncio que é rima.
Aspectos fugindo
fugiram no ar
protestos de estrelas
de auroras sem orvalhos
sumiram nas sombras
da música urdida
no útero aceso
do mais espantoso
cruel cogumelo.
Como uma noite de pesadelo
vi deslizando sem rebelião
uma manhã chamada Hiroshima.

Que Hiroshima ficou sendo um nome
Que Hiroshima ficou sendo uma memória
onde dizem
outrora havia
um viveiro decrianças
deolhos oblíquos como as amêndoas
um poeta maluco
de tanto sonhar
um pássaro dançarino
irmão do vento
uma flor desgranhada
feita de neve e
mel

A Paz de Hiroshima é póstuma
mas na sua direção
corre se abrindo uma estrela da manhã..."

( Fritz Teixeira de Sales. "Violão de Rua III")


Cadê a Paz?
Quem é que sujou?
Quem é que matou?
Quem é que acabou
com a paz de Deus criou?

Rafael Perroni- 6ª série B/ 2000

PAZ
Paz de um sublime viver,
Ter ausência da discordância,
Abundância de harmonia no ser,
Crer na tranquilidade da criança,

Sossego no âmago da alma,
Calma ao escutar e agir,
Ir de encontro a verdade alva,
Calma na decisão de corrigir,

Viver sem conflito, ter a confiança,
De uma criança sorrindo no dia-a -dia,
Via da concórdia em abundância,
Viver com tranquilidade e harmonia

Paz de um problema resolvido,
Paz de um encontro com Deus
Paz do pássaro no som de seu cântico,
Paz dos pais vivificando os filhos seus

Retrato feliz das chegadas,
Alegria imensurável da realização
Profundo amor e mãos dadas
Caminhando entre brisas com satisfação

Ó paz de minha alma,
olhos alegres de tanto ver,
o exemplo da natureza calma
que exala a cada instante o crescer

Ausência de conflito entre pessoas
extermínio de pertubação íntima,
Sossego, benefícios com notíciasboas,
Silêncio na hora certa do doce convívio.

Prazer do fim de uma viagem,
Satisfação nas realizações,
Encontro de olhares na libertinagem,
Mesmo na vadiagem dos corações.

Certeza do dever cumprido,
Consciente na honradez de seu espírito,
Momento preparado para Deus ser ouvido,
Caminho para a vida eterna do infinito.

Paz, imorredoura paz,
Paz do viver tranquilo,
Paz do amor,ó paz
Paz com Deus, muita paz.

J. Osnir Perossi, Momentos com poesias,1992- pesquisa realizada pela aluna Fernanda Pancini ,6ªA/2000



A Paz
Quando Jesus
morreu na cruz
para nos salvar,
Ele tinha a esperança
de que a Paz fosse reinar.

Mas tudo o que podemos afirmar,
é que a paz
a cada dia perde o seu lugar.

O causador disso é o próprio homem,
que não é capaz de pensar,
o quanto consegue se prejudicar ao praticar
suas imprudências
sem pensar nas conseqüências.

Mas nem tudo está perdido,
pois temos em nosso coração a semente da salvação
e a consciência de que a conquista da paz
está em nossas mãos.

Denise Moroto (6ª série /99)



2 comentários:

  1. Aprendi com os jovens escritores poetas que a Paz é conteúdo a ser trabalhado em sala de aula. Um belo exemplo e oportunidade para se refletir sobre a Paz que temos e a que queremos

    EDNA DANTAS

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  2. Luiza, talvez, você reberá algumas muitas visitas, pois postei o primeiro poema desta página no meu blog, intitulado otempodasideias.wordpress.com, onde coloquei como referência o link desta página em que ele, o poema, está.
    Parabéns pela sua iniciativa de mantê-lo junto com os outros postado. Não se esqueça de divulgá-lo. Paz é uma ideia delicada, aliviante e bonita pela qual vale a pena alguém tentar ser melhor.
    Um abraço.
    Ricardo.

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